22 de jul. de 2011

Conceitos e componentes da inteligência emocional

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 

1.1 Conceito

Na década de 90, a inteligência emocional foi tema de vários autores, com destaque para o livro Inteligência Emocional de Daniel Goleman. Peter Solovey (apud GOLEMAN,1995) define inteligência emocional como a capacidade de monitorar os sentimentos e emoções próprias, de reconhecer as diferenças entre eles e de usar essa informação para orientar o pensamento e a ação das pessoas.

O dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Hollanda (1999, p. 1122), define a palavra inteligência como a faculdade de aprender, apreender ou compreender, percepção, apreensão, intelecto, intelectualidade.

Goleman (1995) ressalta que existem mais sutilezas de emoções do que palavras disponíveis para defini-las e define a palavra emoção como um sentimento e seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos e mais uma gama de tendências para agir.

Cooper (1997) define Inteligência emocional como capacidade de sentir, entender e colocar em prática de maneira eficaz a força e a perspicácia das emoções como uma fonte de energia, informação, conexão e influência humanas. Segundo Weisinger (2001), controlar as emoções não significa sufocá-las, e sim compreendê-las e fazer uso dessa compreensão para modificar as situações em benefício próprio.


No livro Inteligência Emocional no Trabalho, Weisinger (2001), menciona que precisamos controlar as emoções que são percebidas como negativas – raiva, medo, depressão etc. - e também as que são percebidas como positivas – contentamento, alegria etc. O autor afirma que embora o entusiasmo, que é um exemplo de emoção vista como uma coisa ótima, às vezes pode nos levar a um comportamento impulsivo.

Cooper (1997), assevera que além da mente analítica conseguimos utilizar emoções e intuição e afirma que nossas sensações e inteligência emocional nos capacitam a percorrer em instantes, centenas de possíveis opções e cenários para chegar à melhor solução em questão de segundos. De acordo com Cooper (1997), estudos demonstram a rapidez deste processo e a probabilidade de que aqueles que o utilizam terão de encontrar uma resposta tão boa ou melhor do que os que obteriam se tivessem recorrido apenas ao intelecto.

Atualmente, o tema conta com uma vasta publicação em pesquisas acadêmicas, jornais e revistas, além de ser abordado em outros tipos de mídia e palestras. Segundo os autores Bradberry e Greaves (2007), E. L. Thorndike foi o primeiro a definir e nomear as aptidões da inteligência emocional, além disso, criou a expressão “inteligência social” que refletia a habilidade de estabelecer bons relacionamentos. Os autores afirmam que as descrições sobre inteligência emocional são tão antigas quanto os relatos sobre o comportamento humano e que pessoas que aperfeiçoam o seu quociente emocional – QE - têm mais chance de prosperar em situações em que outros fracassam.

1.2 Componentes da Inteligência Emocional

Segundo Weisinger (2001), a inteligência emocional provém de quatro componentes, sendo que cada um deles representa aptidões e cada nível subsequente incorpora as aptidões dos níveis anteriores, sendo construídos, assim, de maneira hierárquica. Para o autor os componentes da inteligência emocional são:
  • A capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente uma emoção;
  • A capacidade de gerar ou ter acesso a sentimentos quando eles puderem facilitar sua compreensão de si mesmo ou de outrem;
  • A capacidade de compreender as emoções e o conhecimento derivado delas;
  • A capacidade de controlar as próprias emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.
De acordo com Goleman (1999), Howard Gardner é um dos mais influentes teóricos da inteligência, que apontaram a distinção entre capacidades cognitivas e emocionais. Goleman (1999), assevera que em 1983, Gardner propôs um modelo amplamente conceituado de inteligência múltipla. A lista de sete tipos de inteligência não incluía apenas as conhecidas aptidões para fala e a matemática, contava também com duas variedades pessoais: o conhecimento do mundo interior de cada um e a aptidão social.  Para o psicólogo formado na Universidade de Harvard, os componentes da inteligência múltipla são:
  • Inteligência lógica-matemática - capacidade de raciocínio lógico e compreensão de modelos matemáticos, a habilidade de lidar com conceitos científicos e o uso predominante da função pensamento;
  • Inteligência linguística - domínio da expressão com a linguagem verbal, e ter a sensibilidade à repercussão das palavras nas mentes das pessoas que ouve.
  • Inteligência espacial - sentimento de movimento. Localização e direção, a percepção de espaço e tempo em que se inclui a capacidade de recriar aspectos da experiência visual;
  • Inteligência musical - domínio da expressão com sons e da capacidade de compreender a linguagem musical. Competência artística;
  • Inteligência sinestésica - sobreleva o domínio do movimento do corpo e a capacidade de usá-lo como um instrumento de comunicação;
  • Inteligência intrapessoal - capacidade de autocompreensão e conhecimento e competência para percepção e administrar os próprios sentimentos;
  • Inteligência interpessoal - predomina a capacidade de entender reações, criar empatias, relacionar-se com o outro e administrar convivências em grupo.
Autores como Goleman (1995), Cooper (1997) e Weisinger (2001), afirmam que a inteligência emocional é uma aprendizagem contínua que pode ser desenvolvida e ampliada. Segundo Weisinger (2001), podemos maximizar a eficácia da inteligência emocional desenvolvendo a capacidade de comunicação, de destreza interpessoal e a habilidade como mentor emocional.

Weisinger (2001), afirma que a autoconsciência está no cerne da inteligência emocional e reforça a sua argumentação mencionando que para conseguirmos controlar a raiva é preciso ter consciência do que a provoca e de como ela nos afeta. Também afirma que a inteligência emocional só inicia quando a informação entra no sistema perceptivo.

A inteligência emocional nos torna conscienciosos, nos leva a pensar antes de agir, portanto, ela é imprescindível para vida pessoal e profissional.














REFERÊNCIAS


COOPER, Robert K. Inteligência Emocional na empresa. Trad. Riçado Inojosa; Sonia T. Mendes. Rio de Janeiro: Campus 1997.

CRUZ, Carlos. Inteligência emocional, o passaporte para o sucesso. Você RH: Especial.  Disponível em: <http://revistavocerh.abril.com.br/noticia/especiais/conteudo_545367.shtml> Acesso em: 06 de set. de 2010.

BRADBERRY, Travis e GREAVES, Jean. Desenvolva a sua Inteligência Emocional. Tudo o que você precisa saber para aumentar seu QE. Rio de Janeiro: Sextante, 2007.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 45ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

_____Trabalhando com a inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

WEISINGER,Hendrie. Inteligência Emocional no trabalho. Como aplicar os conceitos revolucionários da IE nas suas relações profissionais. Reduzindo o estress, aumentando sua satisfação, eficiência e competitividade. Rio de Janeiro: Objetiva,2001

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