30 de jun. de 2011

Evolução das organizações

Após ter realizado o resumo sobre análise administrativa posso dizer que estou quase afeito com a tarefa de sintetizar. A minha nova missão é resumir o capítulo “Evolução das organizações” - do livro Organização e Métodos: Uma visão holística, escrito por Antônio Cury. Desta vez resolvi recorrer ao dicionário e encontrei algumas acepções da palavra evolução, são as seguintes:

·        Mudança
·        Passagem lenta e gradual de uma a outra forma estável.

Segundo Cury, no decorrer do século XX as organizações evoluíram, sofreram mudanças e passaram por três modelos distintos de administração:

1.    O modelo tradicional onde havia predominância da abordagem mecanicista, sendo proeminente as contribuições de Adam Smith, Taylor e Fayol.  Era voltado para a análise das atividade da empresa, apresentava um caráter autoritário, hierárquico, vertical e burocrático, baseado em  normas, padrões, divisão do trabalho, semelhante aos do modelos autoritário coercitivo e autoritário benevolente de Likert.  A tomada de decisão é centralizada na figura do chefe.
2.   O modelo moderno que se prolongou do início da década de 20 até os primeiros anos da de 40. A organização é tratada como um sistema aberto, cooperativo, onde é constatada a organização informal. Há influência dos fatores motivadores estudados por Maslow e Herzberg, aproxima-se do perfil dos sistemas consultivo e participativo de Likert. Existe interação com o ambiente, o feedback externo é fundamental para o ciclo vital da empresa. A tomada de decisão é por meio do processo decisório, com base na situação, para ultimar o processo administrativo.
3. O modelo contemporâneo que surge pela necessidade das organizações se adaptarem as mudanças que ocorriam no mundo, consequência de fatores como a globalização, o avanço tecnológico, e o acirramento da concorrência que levou as empresas a firmarem parcerias com seus fornecedores, motivarem os funcionários, para poder alcançar a excelência empresarial. A organização passa a dar ênfase no cliente e no não-cliente, que a empresa passa a buscar, também passa a ter confiança no empregado, que é incluso efetivamente no processo administrativo. A organização tem uma visão holística por fazer parte de um mundo globalmente interligado, tem como características a gerência participativa e organização horizontal. Quanto ao processo de decisão é um sistema grupal, compartilhado, fazendo uso de sistemas de informações que atinjam todos os níveis hierárquicos sem restrições.
Cury assevera que o esforço das empresas ocidentais para enfrentar as suas rivais e a concorrência das empresas japonesas teve como corolário o surgimento de diversas teorias, modelos e práticas administrativas que acabaram confundindo empresas, profissionais, professores, estudantes e empresários. Ocorre uma diversificação muito grande com as teorias e práticas envolvendo ABC,TQM, JIT, etc. Segundo a Price Waterhouse os administradores estão percebendo que em certas situações, a teoria se distancia da prática gerencial mais atraente, como a reengenharia e os problemas específicos enfrentados pelas grandes corporações. O caminho para o sucesso no século XXI, não deve ser outra técnica, prática ou metodologia administrativa, os administradores precisam ser desprogramados, descondicionados, desviados da próxima onda de teorias e convencidos de que não devem esperar o “próximo programa” para fazer as coisas acontecerem.


Para Cury o novo enfoque da administração, incorporando noções de equilíbrio e integração e a capacidade reconhecer e dominar nuanças, está surgindo, exigindo uma manipulação equilibrada da administração de forma holística que não ignora ou soluciona a existência do paradoxo, os profissionais inteligentes trilharão esse caminho.


PROCESSO DECISÓRIO

O autor entende que dentre as funções importantes da administração, a decisão pode ser a mais importante de todas. Para ele a evolução da teoria das organizações tem dois momentos característicos, o primeiro ocorre na escola tradicional, onde a decisão era um ato isolado, centralizado na figura do chefe, o segundo é oriundo da escola Behaviorista onde decidir é uma atribuição descentralizada, passa a ser constituída de várias etapas, levando em conta o contexto social e psicológico da organização.

Cury assevera que a administração é constituída de uma sequência de deliberações formuladas pelos executivos de uma organização desde o nível mais baixo na hierarquia até a cúpula. Para ele não há como ficar isento de decidir, pois permitir que um problema permaneça também é uma decisão, por isso, muitas decisões são efetuadas inconscientemente, provocando o surgimento de inúmeros problemas. 


O autor cita alguns tipos de decisão:



  • As rotineiras que são calçadas em alguns regulamentos vigentes ou precedentes, em alguns casos apresentam características de originalidade, mas no decurso do tempo tornam-se rotineiras, normalmente são formuladas nos escalões mais baixos.
  • As inovadoras que sofrem influência dos executivos dos escalões superiores, elas são criadas para resolver situações novas e criam novos precedentes, são mais complexas, portanto exigem mais tempo e atenção.

Segundo Newmam o processo de tomada de decisão desdobra-se em quatro etapas, que são o diagnóstico ou definição do problema, o planejamento de soluções, a projeção e comparação das conseqüências das alternativas e a avaliação dessas conseqüências e escolha de um curso de ação.

Para Simon a tomada de decisão no processo administrativo é tão relevante que chega a utilizá-la como sinônimo de administração. Para ele o homem que toma decisões é o administrador. Simom apresenta um modelo que tem três fases principais, a coleta de informações para descobrir as ocasiões em que deve ser tomada a decisão, a estruturação que é identificar os possíveis cursos de ação, e a escolha que é decidir entre um dos possíveis cursos de ação. Ele diferencia a decisão da seguinte forma:

1.    Programadas à medida que são repetitivas, rotineiras e que há um modelo definido para usá-las.
2.    Não programadas que são novas não estruturadas e de importantes consequências.

Encerro a minha missão fazendo uma observação sobre o parágrafo anterior, pois entendo que há um equívoco quando Simon afirma que o homem que toma decisões é o administrador. Apesar de ser administrador não posso negar que líder é a melhor palavra para definir quem tem a incumbência de deliberar, até porque nas organizações nem todos os líderes são administradores. Entendo que administração é muito mais que decidir! Pois como já mencionado por Cury, as pessoas decidem de forma consciente ou inconsciente, não há a possibilidade de isenção. Portanto, qualquer é um capaz de deliberar, porém isso não significa capacidade para administrar. O conceito de Administração reúne um todo que é muito maior que simplesmente tomar decisões, ou seja, administrar é um ciclo que envolve o compromisso de conhecer, estudar, aprender, planejar, decidir, comunicar, agir, mensurar, controlar, retroalimentar e outros fatores como intuir e gerenciar emoções.

AUTOR: Luciano Conceição
Administrador - Especialista em Gestão de Pessoas

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